Hackers da Coreia do Norte já roubaram mais de US$ 2 bilhões em criptomoedas em 2025, segundo pesquisadores

O ano de 2025 ainda nem terminou, mas grupos de hackers ligados ao governo da Coreia do Norte já acumularam um novo recorde: mais de 2 bilhões de dólares em criptomoedas roubadas, de acordo com um relatório recente da empresa de segurança Elliptic, divulgado pelo TechCrunch.
Esse número reforça uma tendência preocupante: a crescente sofisticação e ousadia dos cibercriminosos apoiados por Estados, especialmente em um setor financeiro ainda pouco regulado.

Crescimento alarmante dos ataques cibernéticos

Segundo os pesquisadores, 2025 está a caminho de superar todos os anos anteriores em valor total de criptomoedas roubadas por hackers norte-coreanos.
Nos últimos cinco anos, esses grupos conseguiram desviar cerca de US$ 5 bilhões, o que torna a Coreia do Norte uma das principais potências do cibercrime global.

Os ataques são direcionados principalmente a exchanges de criptomoedas, carteiras digitais e plataformas DeFi (finanças descentralizadas).
Muitas dessas invasões ocorrem explorando falhas de segurança em contratos inteligentes, engenharia social e malwares personalizados.
Além disso, os hackers utilizam técnicas avançadas de lavagem de dinheiro digital, movendo fundos por meio de dezenas de carteiras até que se tornem praticamente impossíveis de rastrear.

Quem está por trás dos ataques?

A maioria das operações é atribuída a grupos ligados ao famoso Lazarus Group, uma organização de hackers que atua há anos sob o comando do regime de Pyongyang.
O Lazarus é suspeito de estar envolvido em alguns dos maiores ataques cibernéticos da história, incluindo o roubo da exchange japonesa Coincheck (em 2018) e o ataque à Axie Infinity (em 2022), que sozinho rendeu mais de US$ 600 milhões.

De acordo com especialistas, parte desses fundos roubados é utilizada para financiar programas nucleares e militares do país, contornando as sanções econômicas internacionais impostas pela ONU.
Isso torna o cibercrime não apenas uma questão de segurança digital, mas também um problema geopolítico global.

Como os ataques funcionam

Os métodos usados pelos hackers norte-coreanos são cada vez mais elaborados.
Entre as táticas mais comuns estão:

  • Phishing direcionado: e-mails falsos se passando por empresas de blockchain ou vagas de emprego para desenvolvedores, levando vítimas a baixar malwares.

  • Exploração de vulnerabilidades em DeFi: falhas em contratos inteligentes permitem que hackers desativem travas de segurança e movimentem fundos sem autorização.

  • Roubo de chaves privadas: invasões diretas a carteiras digitais ou aplicativos inseguros.

  • Lavagem via mixers e blockchains paralelas: dificultando o rastreamento dos fundos.

Essas práticas mostram como o ecossistema cripto, apesar de inovador, ainda é vulnerável quando não há investimento adequado em segurança cibernética.

Impactos no mercado e nos investidores

O roubo de bilhões em ativos digitais não afeta apenas grandes empresas, mas também investidores comuns.
Toda vez que uma exchange sofre um ataque e perde parte de seus fundos, o preço das criptomoedas tende a cair, afetando a confiança dos usuários.
Além disso, algumas plataformas acabam suspendendo saques ou encerrando operações, deixando milhares de pessoas sem acesso ao dinheiro investido.

Empresas do setor estão reforçando suas medidas de proteção, mas o desafio é enorme.
Muitos projetos de blockchain ainda priorizam a velocidade de lançamento e o lucro rápido, negligenciando a segurança — e isso cria brechas exploradas por grupos sofisticados como o Lazarus.

O que os usuários podem fazer para se proteger

Mesmo que a maioria dos ataques seja voltada a grandes empresas, usuários comuns também podem ser vítimas.
Veja algumas recomendações básicas de segurança digital:

  1. Ative autenticação em dois fatores (2FA) em todas as contas.

  2. Nunca clique em links suspeitos recebidos por e-mail, redes sociais ou mensagens diretas.

  3. Evite armazenar grandes quantias em exchanges — prefira carteiras frias (offline).

  4. Mantenha softwares e antivírus sempre atualizados.

  5. Use senhas únicas e fortes para cada plataforma.

Essas práticas simples reduzem bastante o risco de ser alvo de ataques ou golpes relacionados a criptomoedas.

Governo e empresas intensificam investigações

Órgãos de segurança dos Estados Unidos, União Europeia e Ásia vêm cooperando com empresas privadas para rastrear transações e tentar recuperar parte dos fundos roubados.
Segundo a Elliptic, o uso crescente de inteligência artificial para análise de blockchain está ajudando a identificar padrões e rastrear carteiras suspeitas, mesmo após dezenas de transferências.

No entanto, a falta de regulamentação global sobre criptoativos ainda é um obstáculo.
Enquanto alguns países tentam endurecer regras, outros servem como refúgio para operações ilícitas, dificultando a cooperação internacional.

Conclusão: o alerta continua aceso

O caso dos hackers norte-coreanos serve como alerta para todo o mercado cripto e para o público geral.
Enquanto as criptomoedas continuam a crescer como alternativa financeira, também se tornam alvo de grupos altamente organizados.
A segurança digital deve ser vista como investimento, não como custo.

Se você investe em cripto ou se interessa por tecnologia, é essencial acompanhar de perto esse tipo de notícia e manter seus ativos e dados protegidos.
Afinal, no mundo digital, a melhor defesa é a informação.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*