Os carros elétricos estão cada vez mais presentes no Brasil, mas uma dúvida continua na cabeça de muita gente: será que realmente compensa trocar a gasolina pela tomada? Para descobrir a resposta, é preciso comparar os custos de abastecimento de forma clara, analisando consumo, preço da energia, eficiência dos veículos e até o tipo de recarga que o motorista vai usar no dia a dia.
1. Como calcular o custo por quilômetro
A melhor forma de comparar é calcular quanto custa rodar um quilômetro em cada tipo de veículo. No caso da gasolina, divide-se o preço do litro pelo consumo em km/l. Para os elétricos, o cálculo é feito com base no preço do kWh e no rendimento em km/kWh.
Veja o exemplo abaixo:
| Comparação | Carro a gasolina | Carro elétrico |
|---|---|---|
| Preço do combustível/energia | R$ 5,60 / litro | R$ 2,10 / kWh |
| Consumo médio | 14 km/litro | 8 km/kWh |
| Custo por km | R$ 0,40 | R$ 0,26 |
Nesse cenário, o carro elétrico sai aproximadamente 35% mais barato por quilômetro rodado.
2. O cenário brasileiro em 2025
Estudos recentes reforçam essa diferença. De acordo com a Volvo, o custo por quilômetro rodado em carros elétricos pode ser até 73% menor do que em veículos a combustão, principalmente quando a recarga é feita em casa, usando a tarifa residencial.
Apesar da vantagem, o mercado ainda é pequeno no Brasil: em 2022, os veículos totalmente elétricos representaram menos de 1% das vendas de carros leves. Os principais obstáculos são o preço de compra mais alto e a falta de infraestrutura de recarga em muitas cidades.
3. Carregamento em casa ou em pontos públicos
A forma de recarregar o carro faz toda a diferença. Quem tem um carregador residencial pode aproveitar tarifas mais baixas e até optar por horários fora de ponta, reduzindo ainda mais o custo por quilômetro. Já quem depende de estações públicas rápidas enfrenta preços bem mais altos por kWh, o que pode diminuir ou até anular a vantagem em relação à gasolina.
Essa diferença explica porque os cálculos precisam sempre ser feitos considerando a rotina de cada motorista.
4. Diferenças entre modelos e uso real
Assim como nos carros a combustão, nem todos os elétricos são iguais em eficiência. Alguns modelos chegam a rodar 10 km com apenas 1 kWh, enquanto outros fazem menos. Além disso, fatores como relevo, peso, ar-condicionado ligado e estilo de direção influenciam bastante a autonomia.
O mesmo vale para os carros a gasolina: um veículo que faz 15 km/l na estrada pode cair para 9 km/l na cidade. Por isso, os cálculos precisam ser personalizados de acordo com o uso real do motorista.
5. Investimento inicial e manutenção
Outro ponto que precisa entrar na conta é o preço de compra. Os carros elétricos ainda custam mais caro que os a combustão e, muitas vezes, exigem a instalação de um carregador residencial. Por outro lado, a manutenção costuma ser mais barata: motores elétricos têm menos peças móveis, não usam óleo de motor e causam menos desgaste nos freios. Além disso, as montadoras estão oferecendo garantias cada vez maiores para as baterias, o que transmite mais segurança.
Conclusão
Na maioria dos cenários, carregar um carro elétrico realmente sai mais barato do que abastecer com gasolina, mas a vantagem depende de fatores como local de recarga, eficiência do modelo e quantidade de quilômetros rodados. Para quem roda muito e tem acesso a recarga residencial, a economia pode ser significativa. Já quem roda pouco ou depende de estações públicas caras pode não sentir tanta diferença.
O que já é certo é que a eletrificação está crescendo e, com o tempo, a tendência é que os preços fiquem cada vez mais atrativos e a infraestrutura se expanda. Assim, a pergunta não é mais “se” os carros elétricos vão se tornar vantajosos, mas “quando” essa vantagem será impossível de ignorar.
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