SpaceX consolida avanços com o 11.º voo de teste do Starship e inicia transição para nova geração do foguete

A SpaceX realizou com sucesso o 11.º voo de teste do Starship nesta segunda-feira (13), validando manobras críticas e encerrando a fase Block 2. Entenda o que muda com a próxima geração do foguete mais poderoso já construído.

SpaceX atinge novo marco histórico com o Starship

A SpaceX realizou com êxito, nesta segunda-feira (13 de outubro de 2025), o 11.º voo de teste do sistema Starship/Super Heavy, marcando um avanço expressivo em seu programa de desenvolvimento de foguetes totalmente reutilizáveis.

O lançamento ocorreu a partir da Starbase, no Texas, base de operações da empresa, e representou o fechamento da fase “Block 2” do projeto. Com este teste, a SpaceX encerra uma etapa essencial de validação técnica e prepara o caminho para a próxima geração — o Starship Block 3, com melhorias estruturais, térmicas e de propulsão.

Segundo informações publicadas por portais como AP News, Reuters e Houston Chronicle, a missão cumpriu seus principais objetivos, incluindo a separação bem-sucedida dos estágios, o pouso controlado do propulsor no Golfo do México e o splashdown da nave principal no Oceano Índico.

Um voo de teste com múltiplos objetivos técnicos

O Starship 38, acoplado ao Super Heavy Booster 15, foi lançado por volta das 18h24 (horário do Texas). Após a decolagem, o sistema realizou uma sequência de operações que simulam condições reais de voo orbital e retorno.

Entre os principais marcos técnicos do teste, destacam-se:

  • Separação estável dos estágios após o corte de motores principais.

  • Pouso controlado do booster no Golfo do México, em uma manobra de descida segura e precisa.

  • Liberação de oito satélites simulados Starlink, com o objetivo de testar mecanismos de implantação de carga em ambiente de microgravidade.

  • Reativação de motor Raptor em pleno espaço, um passo essencial para futuras manobras orbitais e de reentrada.

  • Testes de integridade térmica, com áreas propositalmente sem escudo para avaliar a resistência da fuselagem em regiões críticas.

  • Manobra de “banking” durante a reentrada, para ajustar o ângulo de ataque e melhorar o controle aerodinâmico antes do splashdown.

Essas experiências são fundamentais para aprimorar o desempenho aerodinâmico e estrutural da nave, que será utilizada em missões lunares, marcianas e comerciais.

Resultados consolidados: um sucesso técnico e estratégico

Embora nenhum dos componentes tenha sido recuperado fisicamente, o voo foi considerado um sucesso técnico pleno.
A missão validou diversos sistemas que, até então, apresentavam instabilidades, e demonstrou que a SpaceX está mais próxima de alcançar reutilização completa do conjunto.

O booster Super Heavy realizou um pouso aquático controlado e transmitiu dados valiosos sobre o comportamento dos motores e das estruturas de sustentação durante o retorno. Já a nave Starship cumpriu toda a sequência de reentrada e splashdown, preservando telemetria até o impacto controlado.

Esses dados permitirão calibrar sistemas críticos de navegação, propulsão e escudo térmico — componentes essenciais para o futuro reuso operacional dos veículos.

O fim da fase Block 2 e o início da versão 3 do Starship

Este 11.º teste marca oficialmente o fim da versão Block 2 do sistema Starship/Super Heavy.
A próxima etapa, o Block 3, já está em construção e trará atualizações significativas:

  • Motores Raptor de terceira geração, com maior empuxo e eficiência energética.

  • Estrutura mais leve e resistente, construída com aço inoxidável aprimorado.

  • Escudo térmico modular, de fácil substituição e melhor dissipação de calor.

  • Capacidade de pouso vertical em plataforma terrestre, reduzindo custos e tempo de relançamento.

Essas mudanças serão fundamentais para atingir o objetivo máximo da SpaceX: viagens espaciais totalmente reutilizáveis e de baixo custo.

Impacto no programa Artemis e na corrida lunar

A relevância deste voo ultrapassa os interesses comerciais da SpaceX. O Starship é peça central do programa Artemis, da NASA, que pretende levar novamente seres humanos à superfície lunar ainda nesta década.

A agência espacial norte-americana contratou a SpaceX para desenvolver uma versão adaptada do Starship que funcionará como lander lunar — transportando astronautas da órbita até a Lua e de volta.
Cada voo de teste bem-sucedido aproxima esse objetivo da realidade e fortalece a parceria entre as duas instituições.

Além disso, o desempenho do Starship posiciona a SpaceX na liderança da nova corrida espacial, em um cenário que envolve potências como China, Índia e Europa. O domínio de um sistema totalmente reutilizável oferece vantagens econômicas e tecnológicas incomparáveis.

Próximos passos: da órbita à reutilização total

Com o sucesso deste 11.º teste, a SpaceX planeja concentrar esforços na preparação da versão Starship Block 3, cujo primeiro voo está previsto para 2026.
Essa nova geração deverá tentar, pela primeira vez, o retorno vertical controlado à plataforma de lançamento — algo que, se for concluído com sucesso, consolidará o conceito de reutilização completa.

O fundador da empresa, Elon Musk, destacou em redes sociais que o progresso é “notavelmente consistente” e que a equipe “aprende mais a cada tentativa”. A filosofia da SpaceX continua baseada em testar, falhar e otimizar, uma abordagem que já revolucionou o setor com os foguetes Falcon 9 e Falcon Heavy.

Conclusão

O 11.º voo de teste do Starship representa um divisor de águas para a SpaceX e para toda a indústria aeroespacial.
Mais do que um experimento técnico, o lançamento reforça a viabilidade de um futuro em que viagens espaciais reutilizáveis, econômicas e interplanetárias não são mais ficção científica, mas um objetivo tangível e em rápida construção.

O mundo acompanha com expectativa o que virá a seguir — e, se o histórico da SpaceX serve de indicador, o próximo grande salto pode estar mais próximo do que imaginamos.

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